Estimulação Magnética Transcraniana

A estimulação magnética transcraniana, também conhecida por TMS (acrônimo do inglês Transcranial Magnetic Stimulation), é uma técnica não invasiva de estimulação cerebral, em que pulsos magnéticos intensos e de curta duração são gerados por uma bobina posicionada sobre a cabeça do sujeito. Os pulsos magnéticos induzem campos elétricos no tecido cerebral e são capazes de criar potenciais de ação nos grupamentos de neurônios da superfície cortical. Quando aplicada sobre o córtex motor primário (M1), o potencial de ação induzido pode se propagar pelo trato corticoespinhal atingindo o músculo alvo ao qual a região cerebral está conectada, resultando em contrações das fibras musculares.

A atividade elétrica muscular pode ser detectada por sistemas de eletromiografia. O sinal gerado pela contração das fibras musculares por TMS adquiridas por estes sistemas é denominado potencial evocado motor, conhecido como MEP (acrônimo do termo em inglês Motor Evoked Potential). As informações mais comumente extraídas do MEP são amplitude e latência. A amplitude pico-a-pico é utilizada para representar a intensidade do sinal, sendo definida como a diferença entre os valores máximo e mínimo do MEP. A latência é o intervalo de tempo entre a aplicação do pulso de TMS e o início do MEP. Essas duas características são importantes por conterem informações das estruturas corticais, da integridade do trato corticoespinhal e das fibras musculares recrutadas (Kaneko et al., 1996; Kobayashi & Pascual-Leone, 2003; Di Lazzaro et al., 2004).

As aplicações de TMS são inúmeras e abrangem estudos do mapeamento do córtex motor (Levy et al., 1991; Wassermann et al., 1992; Romero et al., 2011), da excitabilidade cortical e corticoespinhal (Kaneko et al., 1996; Kobayashi & Pascual-Leone, 2003; Pell et al., 2011), da plasticidade cortical (Butler & Wolf, 2007) e de tratamentos de doenças neurofisiológicas (George et al., 2000; Rossi et al., 2009).